meia hora pra mudar

conversando com algumas pessoas notei que com o tempo elas se acostumam.
ainda tenho uma mera esperança dentro de mim, aquele sentimento jovem de que tudo vai dar certo, deve existir algum pra sempre, deve existir um amor de verdade, um dia serei feliz.
aí percebo que conforme o tempo passa as pessoas se acostumam as coisas não darem certo, não existir pra sempre, não existir um amor de verdade e não serem completamente felizes, porque feliz todo mundo quer ser, mas ok se muitos dias eu for infeliz, isso endurece, isso amadurece.
sinceramente, se amadurecer for desacreditar, aceitar e ser frio, não quero amadurecer nunca. pois isso é apenas se acostumar com uma condição que “o mundo moderno” nos colocou.

não é normal as pessoas traírem e serem traídas, fazer coisas sem significado, trasar por transar, não planejar e sonhar. os sonhos movem mundos, ao menos o meu sim. digo o pois existe apenas um maior e é esse que mexe toda a engrenagem e que gera outros tantos sonhos. mas sem esse, não existem os outros sonhos, entende?

fico completamente indignada com a normalidade que as pessoas levam as patadas da vida. e talvez elas só pensem assim porque o tempo passou e elas amadureceram e eu sou jovem demais pra entender isso, mas um dia eu me tornarei isso.

aí me lembro de todos os livros que li onde tudo era triste e frio, e fiquei pensando que o mundo não valia a pena. mas vale, eu sei que vale. no fundo do meu espírito jovem ainda tenho esperanças.

ao acordar às 6h da manhã minha fuga é dormir mais. o tempo passa, passa, o despertador toca, mais uma vez eu insisto em mais 10 minutos. não, não é sono, mas não quero acordar hoje. quero ter uma dor de barriga pra fugir do trabalho e dormir mais.
e não é sono. só quero ficar dormindo pra ver se assim o tempo passa mais rápido, mais fácil e sem sorrisos pra fugir mais uma vez.
levanto, tomo um banho, penso na noite de ontem. tomo banho mais rápido. me visto e vejo a roupa de ontem, mais uma vez lembro e desço pro café. não tenho fome. pego um copo de leite e tomo em alguns segundos. pego a bolsa, corro pro ponto, no ônibus eu durmo, ou finjo dormir mais e tento não pensar em nada.
chegando olho pro relógio, ainda é tão cedo. devia ter ficado com dor de barriga.
caminho, lembro daquele cara legal que não sei o que quer, mas nem eu sei o que quero, por que ele deveria saber?
entro no prédio, lembro que no horário do almoço se possível farei um piercing e terei o tão aguardado ipod, agora tudo será mais fácil! colocar os fones e fingir que nada acontece fora.
enquanto o ipod não chega ligo o computador e coloco os fones. corro a lista de músicas e chego alí, bem pertinho do fim, pra ouvir a música que eu mais queria. não não é uma música feliz, mas é necessário auto afirmar de que tudo vai passar, ou que realmente é pra ser assim. enquanto isso leio minha lista de blogs do delicious. leio textos e me identifico, como é bom saber que noutro lugar tem alguém pensando/sentindo como você e ter eperanças ao ver um encontro no meio de tantos desencontros.
pronto, agora posso trabalhar e fingir que tudo está bem, com meus fones de proteção e um sorriso no rosto.

(música para ouvir: www.tramavirtual.com.br/verde_velma)

num dia, um dia como hoje o ar tinha aroma, daqueles bons. as borboletas a partir das sete da manhã se batiam uma nas outras, afinal eram tantas para um espaço tão pequeno.
um dia como hoje pessoas que nem conhecia faziam aniversário mas nem por isso o dia teve menos graça, pois ele era encatado por palavras.
um dia como hoje era diferente, o almoço tinha outro sabor e eu quase não conseguia comer, de tensão, emoção e tesão. tudo junto e separado.
um dia como hoje botei meu coração numa bandeja e entreguei sem medo, embora com um tanto de vergonha. estava prontinho, como prato especial.
um dia como hoje sorri até não poder mais e as pessoas não entendiam como nem por que, mas dentro de mim eu sabia mas finjia não saber, pra dar mais graça.
um dia como hoje dormi sem dormir pois tudo parecia um sonho só e me beliscava mas não acordava.
naquele dia, como hoje.

e ontem estranhamente eu sonhei com esse dia, como hoje.

foi tão estranho quando olhei nos seus olhos e não vi nada.
vi alguém perdido, alguém que se perdeu entre meus dedos.
o meu coração bateu, mas não era uma batida das boas, era uma triste, triste pela situação, triste por você, por mim.
eu sempre achei que eu não mereceria o que aconteceu, e pra qualquer criatura no mundo que eu conheça eu digo isso. conto sobre o meu amor vassalo e n coisas. mas você não respeitou.
e foi nesse dia, que eu olhei nos seus olhos e não vi nada que eu vi o ponto final.
e me doeu, porque eu achei que você era “pra sempre”, mas o você que eu via era mentira, só eu que não via.

mas agora estou preparada para vírgulas. me peguei falando de alguém, daquela forma doce e apaixonada. fiquei feliz. pois tinha achado que você havia feito qualquer esperança em mim morrer, e vi que não.
agora procuro só a mim, e se alguém gerar coisas boas vou me divertir e rir, porque o meu coração precisa disso, precisa de risos e sensações. mas ele não procura mais um “pra sempre”, ele só procura ser feliz.