meia hora pra mudar


Vanguart – Muito mais que o amor
August 7, 2013, 1:58 pm
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Cairo, 01 de janeiro de 1909.

Quando eu te vi fui tocado por um manto de céu fresco, manhã nova, orvalho e vento.
Antevi tua cintura em sonhos e ao te encontrar, reconheci. Eu bem sei que o Diabo é perto e Deus é longe, levei vinte e seis anos para chegar atos teus olhos.
O caminho do teu coração meu cavalo já sabia de cor, ainda que morresse, ele
Me
Levaria
À Você

(e tanto Deus quanto o Diabo sabem que em todos lugares que eu estive, te procurei)

http://www.muitomaisqueoamor.com.br



Como fazer cinema, por Alejandro Jodorowsky
June 3, 2013, 3:59 pm
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1. PRIMEIRA LIÇÃO
Sentar-se do amanhecer ao anoitecer na frente de uma árvore sentindo a luz. Voltar por sete dias seguidos e fazer o mesmo.

2. SEGUNDA LIÇÃO
Voltar à noite com uma lanterna e iluminar a árvore por infinitos pontos distintos.

3. TERCEIRA LIÇÃO
Colocar-se a um quilômetro da árvore. Olhar para ela fixamente e avançar centímetro por centímetro em direção a ela até que, depois de algumas horas, se choque o tronco com o nariz. (As duas primeiras lições servem para desenvolver o sentido da luz. A terceira para desenvolver o sentido da distância).

4. QUARTA LIÇÃO
Colocar-se em um interior ou paisagem e mover-se pensando que seu próprio peito fotografa, depois pensando que a sua cara fotografa, depois o sexo, depois as mãos.

5. QUINTA LIÇÃO
Coloque-se em um lugar e sinta que você é o centro dele. Logo sinta que está sempre na superfície ao redor do lugar. Ao final rompa a idéia de centro e superfície. Está aí, tudo está em você e fora de você ao mesmo tempo. Você é a parte do lugar. Existe o lugar. Você desapareceu!

6. SEXTA LIÇÃO
Procurar a cor que não tem cor. Pegue uma página branca e veja suas cores. Pegue uma página preta e veja suas cores. Veja as cores de um vidro transparente. Descubra o arco-íris em um pedaço de terra, em um cuspe, em uma folha seca. Expresse a cor com materiais sem cor. Na verdade lhe pergunto, você sabe quantas cores tem a pele da sua cara?

7. SÉTIMA LIÇÃO
Sinta as pontas dos seus dedos como se fossem a ponta da sua língua. Apóie as pontas dos dedos nos objetos do mundo pensando que são frágeis, que uma pequena pressão pode quebrá-los. Peça-lhes permissão antes de tocá-los. Antes de apoiar os dedos na sua superfície, sinta como penetra na sua atmosfera. Aprenda a sentir e a acariciar com respeito. Qualquer ação que faça no mundo com as suas mãos ou corpo pode ser uma carícia.

8. OITAVA LIÇÃO
Pense que os atores vivem dentro de um corpo como centro de uma caverna. Peça-lhes que não gritem com a sua boca, e sim dentro de sua boca. Que não se expressem com a cara, e sim com vibrações. Viva debaixo da superfície. A superfície do rio não se move, mas você sabe que leva correntes profundas.

9. NONA LIÇÃO
Não importam os movimentos de câmera. Ela deve mover-se somente quando não puder ficar quieta. Você leva o alimento na mão. A câmera é um cão. Faça-a seguir com fome o alimento. A fome faz com que o animal se apague. Não há cão, não há fome, não há câmera. Há acontecimentos. Você nunca pode comer a maçã inteira no mesmo instante. Tem que dar mordiscadas. Enquanto come, você tem uma parte. Deve saber que o pedaço que mastiga não é a maçã inteira. Você nunca pode ter a maçã inteira na boca porque por maior que seja a sua boca, não pode caber nela o fruto que é parte da árvore nem a árvore que é parte da terra. A tela é a sua boca. Ali entram pedaços. Partes do acidente. Não tente trabalhar com planos absolutos. Não creia que existe o plano melhor. Se pode morder a maçã em qualquer lugar. Se a maçã é doce, não importa onde você comece a comê-la. Preocupe-se com a maçã, não com a sua boca. Cineasta! Antologia de fragmentos, você também tem um fragmento, seu filme inconcluso, você é parte, é continuação. Não há encerramentos. Mate a palavra fim. Você começará um filme no dia em que se der conta que você simplesmente continua. Não procure o prestígio. Desdenhe os efeitos. Não adorne. Não pense o que a imagem vai produzir. Não a procure. Receba as imagens. A caça está proibida. A pesca está permitida.

10. DÉCIMA LIÇÃO
Nunca trabalhe no papel seus movimentos de câmera. Chegue aos lugares pensando que você não irá mover a câmera, que não irá iluminar, que não irá inventar. Não crie cenas, crie acidentes. Não crie esses acidentes em direção à câmera. Você não está fazendo um filme, você está metido em um acidente. Parte do acidente são seus movimentos de câmera.

11. DÉCIMA PRIMEIRA LIÇÃO
E de repente, o grande prazer. Um plano pensado com a câmera opinando com luz artificial, com “atuações” (uma verdadeira sobremesa!). De verdade lhe digo, por este caminho você pode chegar a fazer filmes de Hollywood dos anos 40. Se você quer ser um grande cineasta de vanguarda, volte a filmar “E O Vento Levou”, exatamente igual, com atores de corpos gêmeos aos de Clark Gable e Vivian Leigh. Se conseguir que seu filme não possa ser distinguido do original, você passou à história.

(ref: http://revistataturana.com/2013/05/23/como-fazer-cinema-por-alejandro-jodorowsky/)



August 28, 2011, 3:15 pm
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29. Nightwood by Djuna Barnes Best written in a letter while hungover, preferably sealed with a kiss: “None of us suffers as much as we should, or loves as much as we say. Love is the first lie; wisdom the last.”

(via flavorpill)



Todo lo que podríamos haber sido tú y yo si no fuéramos tú y yo
August 20, 2011, 4:40 pm
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faz muito tempo que não leía um livro inteiro em um dia, ainda mais um livro que nos faz pensar.
obrigada albert espinosa pelos livros e os filmes, acho que virei fã.



August 11, 2011, 10:43 am
Filed under: deoutrem, video


being an android it’s like this
July 15, 2011, 12:07 pm
Filed under: arte, cinema, deoutrem

Because of things like that, that i love than. ❤



gran frase
July 5, 2011, 8:10 am
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“la causa de mi superioridad es que no tengo corazón” Rimbaud



Gran frase de Carol
April 20, 2011, 5:46 pm
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Voy a vela y a vapor.



no fundo tenho medo
April 13, 2010, 4:25 pm
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No fundo, tenho medo. Medo de te voltar a ver. Medo de que as minhas mãos voltem a ser mãos outra vez e disparem dos pulsos para te despentear o cabelo e apertar-te os nós dos dedos, entalando-te as falanges como se fosses criança a quem cuidasse de atravessar a rua. Medo de que o meu corpo se lembre da fome que te teve e se queixe ruidosamente, como um estômago vazio; de que me dês água na boca e que de deserto árido passes a fonte de trevas com neptunos sumptuosos e fundos forrados a desejos. Medo de pensar que não te vejo desde ontem e de por isso não te rever, saudosa, antes achando que nunca nos fomos e que ainda nos damos as mãos, algures por Paris. Medo de, afinal, te ter esquecido em vão e de que nos encontremos de novo a meio de inocuidades gentis, amorosamente gentis; e de que tenhamos, inesperadamente, muito cuidado com os gestos, como se contornássemos vidros partidos ou fios descarnados. Medo de dar com os teus olhos e de neles mergulhar de cabeça, de engolir pirulitos, nadar-te e por ti ficar, num boiar infinito. No fundo, tenho medo de que a mera possibilidade da tua presença me diminua a graça dos dias. Por isso me quedo.

pego emprestado faz tempo